"Basta a minha voz para que o mundo tenha uma voz. Quando ele se cala, a culpa também é minha." (Simone de Beauvoir)

sábado, 17 de dezembro de 2011

Mulheres do Ano 2011 (The Guardian)

O jornal The Guardian publicou ontem (aqui) uma fotogaleria das Mulheres do Ano 2011. Das apresentadas pelo periódico britânico, selecionamos sete. Os textos que acompanham as imagens correspondem a adaptações nossas dos publicados na suprarreferida fotogaleria.


Christine Schuler-Deschryver


Christine Schuler-Deschryver, ativista dos Direitos Humanos no Congo
(Fotografia: Gary Gershoff/WireImage)

Christine Schuler-Deschryver tem sido uma voz ativa contra o terrorismo sexual e a guerra esquecida da República Democrática do Congo. Dirige City of Joy, um centro para mulheres sobreviventes da violência de género em Bukavu, capital da província do Kivu Sul, na República Democrática do Congo. O centro tornou-se refúgio para muitas mulheres num país conhecido como a "capital mundial da violação". Schuler-Deschryver criou o centro com a ativista e dramaturga Eve Ensler. Durante a guerra, só em Bukavu, Christine recenseou mais de 14 mil casos de violação e afirma que, em toda a província, mais de 100 mil mulheres terão sido vítimas de violação, algumas repetidamente. "Se os milicianos usaram sistematicamente a violência sexual em toda a região oriental do país, não foi para satisfazer as suas necessidades sexuais", afirma Schuler-Deschryver. "Os rebeldes usam a violação como arma de destruição. É terrorismo sexual", diz.


Hetty Bower

Hetty Bower, 106 anos, ativista inglesa pela Paz e Justiça Social
(Fotografia: Martin Godwin/Guardian)

Apesar da sua respeitosa idade, Hetty Bower continua o seu trabalho em prol da paz, justiça social e direitos humanos, marcando presença em manifestações e protestos anti-guerra. "Enquanto as minhas pernas me puderem levar, eu vou participar ativamente nos protestos anti-guerra", disse. "Que pessoa em sã consciência, poderia ser a favor da guerra?"


Samira Ibrahim

Samira Ibrahim, de 25 anos, ativista dos Direitos Humanos no Egito
(Fotografia: domínio público)

Foi um dos rostos da Primavera Árabe no Egipto. A 8 de Março de 2011, Dia Internacional da Mulher, enquanto participavam nas manifestações da Praça Tahir contra o ditador Hosni Mubarak, mostrando que a revolta contra o regime era também uma luta das egípcias, Samira Ibrahim e outras mulheres foram presas, torturadas e sete delas (as que ao serem interrogadas sobre o seu estado civil responderam serem solteiras), obrigadas a submeterem-se ao "teste de virgindade".  Samira foi a única que teve coragem de denunciar e levar a tribunal a violência sexual de que havia sido vítima. No relato que fez sobre os acontecimentos após a prisão, Samira afirma: "A pessoa que conduziu o teste era um oficial, não um médico. Ele ficou com a mão dentro de mim por uns cinco minutos. Fez-me perder minha virgindade. (...) Eu fui violada". O caso será julgado a 27 de dezembro próximo, mas reina o ceticismo relativamente ao desfecho. A coragem de Samira valeu-lhe, nos últimos meses, segundo a Organização Não Governamental Human Rights Watch, diversas ameaças.



Shaima Jastaina

Shaima Jastainah, de 32 anos, ativista dos Direitos da Mulher na Arábia Saudita
(Fotografia: AP)
 
Shaima Jastainah é um dos rostos pelo direito das mulheres a circularem livremente na Arábia Saudita. A Arábia Saudita é o único país do mundo onde as mulheres (sauditas ou estrangeiras) estão proibidas de conduzir veículos. Ativistas, como Shaima Jastainah, protestam, desde a década de 1990, contra esta interdição. A contestação ganhou visibilidade internacional em Novembro de 1990, quando um grupo de 47 ativistas desfilou ao volante de automóveis pelas ruas da capital, Riad, tendo havido várias detenções. Em Junho deste ano, com recurso à Internet, foi lançada uma nova campanha (Women2Drive) e dezenas de mulheres sauditas têm ousado conduzir e publicado os vídeos da infração no YouTube, como forma de pressão e alerta para a situação das mulheres naquele país. Em Julho, Shaima Jastainah foi detida, declarada culpada por conduzir sem permissão e condenada a dez chibatadas. A sentença (anulada posteriormente em setembro, em função da pressão exercida pelas Organizações Internacionais de defesa dos Direitos Humanos) foi lida dois dias depois de o rei Abdullah ter prometido «proteger os direitos das mulheres».
 
 
 
Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkul Karman

Ellen Johnson Sirleaf (Libéria), à direita, Leymah Gbowee (Libéria), à esquerda, e Tawakkul Karman (Iémen), ao centro.
As três mulheres e ativistas dos direitos das mulheres foram laureadas com o Prémio Nobel da Paz em 2011
(Fotografia: Leonhard Foeger/Reuters)
 
Apenas doze mulheres haviam recebido, até 2011, o Prémio Nobel da Paz. Este ano foi atribuído a três. Cada uma delas arriscou muito para ajudar mulheres em países onde as mulheres são frequentemente ignoradas. Sirleaf, primeira mulher presidente democraticamente eleita em África, é premiada em reconhecimento do seu trabalho em prol da paz na Libéria, país devastado pela guerra. Quanto à ativista Gbowee, o Comité Nobel teve em conta o seu trabalho como ativista contra a violação como arma de guerra e a exploração de crianças-soldado na guerra civil do seu país. A primeira mulher árabe e a mais jovem de sempre a receber o Prémio, Karman, tem organizado e participado em protestos a favor dos direitos das mulheres, da democracia e da paz no Iémen, desde 2008.
 
 
Fonte: "Women of the year 2011 - in pictures", The Guardian [em linha], 16-12-2011, In http://www.guardian.co.uk/lifeandstyle/gallery/2011/dec/16/women-of-year-2011-in-pictures?fb=native#/?picture=383355236&index=4 [Consultado a 17-12-2011] 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Histórias com Direitos

A propósito do 10 de Dezembro, deixamos uma sugestão de leitura (e audição), nomeadamente para escolas do 1.º e 2.º ciclos:




Da lista do Plano Nacional de Leitura 2011, consta este Histórias com Direitos, em formato de audiolivro. A partir do texto da Convenção sobre os Direitos da Criança, vários/as autores/as portugueses/as acederam a criar contos e poemas que tematizam os Direitos das Crianças com o objetivo de os dar a conhecer, debater e refletir às próprias crinaças.
Os textos ficaram a cargo de António Torrado, Inês de Barros Baptista, Inês Pupo, Maria Teresa Maia Gonzales, Luísa Ducla Soares, Raquel Palermo, José Jorge Letria, António Mota, Augusto Carlos, Rui Zink e José Fanha.

As ilustrações são da autoria de Vera Pyrrait.

A música é da responsabilidade de Daniel e Tiago Barbosa e a narração de Pedro D'Orey.

Todos os direitos de autor revertem para o Instituto de Apoio À Criança. Editado pela Plátano Editora, se a compra for efetuada online, há um desconto de 10% sobre o preço de venda ao público (12.95).

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O que se vai fazendo pela Região: Escola Básica e Secundária da Ponta do Sol

Marcha Inclusiva :)


O projeto Equal da Escola Básica e Secundária da Ponta do Sol participou na Marcha Inclusiva, em colaboração com o CAEE (Centro de Apoio à Educação Especial) da Ponta do Sol. Esta iniciativa teve lugar no dia 7 de Dezembro, assinalando a Semana da Pessoa com Necessidades Especiais. Estiveram presentes os utentes do CAO (Centro de Actividades Ocupacionais da Ponta do Sol), alunos de escolas básicas do Concelho da Ponta do Sol e uma turma do 9º ano da Escola Básica e Secundária.

Nesta marcha foram exibidos cartazes com slogans mostrando a importância do respeito pela diferença humana e foram distribuídos panfletos nos principais locais públicos e lojas comerciais.






Parabéns a todas/os pela iniciativa!



 

domingo, 11 de dezembro de 2011

O que se vai fazendo pela Região: Escola EB23 de São Jorge

"Os meus, os teus e os nossos direitos"

As/os docentes do Departamento de Ciências Sociais e Humanas da Escola EB23 de São Jorge - Cardeal D. Teodósio de Gouveia trabalham todos os anos, com as/os suas/seus alunas/os, a temática dos Direitos Humanos, promovendo diversas atividades com as turmas.

Este ano, a atividade intitula-se "Os meus, os teus e os nossos direitos" e tem vindo a ser elaborada nas últimas semanas, com muito empenho e criatividade por parte de todas/os as/os envolvidas/os. Na sequência do trabalho que vem sendo desenvolvido, desde o dia 7 de dezembro estão expostos, naquela Escola, trabalhos de alunas/os dos ensinos diurno (do 5.º ao 9.º anos) e noturno (cursos EFA, Educação e Formação de Adultos).

Os textos, elaborados pelas/os alunas/os do ensino noturno, estão muito bem escritos e os minipostais, alusivos a palavras relacionadas como o Dia Internacional dos Direitos Humanos, estão recheados de criatividade. Os calhaus pintados, que incluem um Direito escrito e escolhido por cada aluna/o, revelaram-se um verdadeiro sucesso e as mensagens de cada docente geram impacto na comunidade escolar.



Em cima: A exposição, inaugurada no dia 7 de dezembro, para assinalar o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

 
 
Em cima: As/os alunas/os do 8.º ano criaram uma espécie de porta-fotos, com cápsulas de café, paus de espetada colridos e uma imagem ( coração, livro, vela) onde escreveram uma frase escolhida por cada uma/um.


Em cima: As/os alunas/os do 9.º ano pintaram calhaus, colorindo-os com recortes e escrevendo sobre eles alguns direitos escolhidos pelas/os alunas/os. No fim, os calhaus foram envernizados. Esta tarefa foi uma lufada de ar freco para aqueles que nela se empenharam.



Em cima: As/os docentes do Departamento também realizaram um pequeno trabalho, utilizando uma foto sua e escrevendo um Direito que cada uma/um considerou não está a ser respeitado, tanto a nível regional, nacional ou mundial.


Parabéns a todas/os!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Nobel da Paz entregue hoje, em Oslo, a três mulheres


Nobel da Paz vai para... três mulheres

«Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee, Tawakkol Karman foram hoje distinguidas pela "força motriz" na resolução de conflitos no mundo.


As três laureadas com o galardão
Cornelius Poppe/Reuters


Prémio Nobel da Paz foi hoje entregue em Oslo à presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, à sua compatriota Leymah Gbowee e à ienemita Tawakkol Karman, distinguindo o papel das mulheres na resolução dos conflitos.

"Vocês representam uma das forças motrizes mais importantes das mudanças no mundo de hoje: a luta pelos direitos humanos em geral e a luta das mulheres pela igualdade e pela paz, em particular", disse o presidente do Comité Nobel, Thorbjoern Jagland, antes de entregar o prémio.

É a primeira vez na história que o Prémio Nobel da Paz é atribuído a três mulheres. "Vocês dão sentido ao provérbio chinês, que diz que as mulheres sustentam metade docéu", acrescentou.

Vestidas com trajes tradicionais - ambas as liberianas com vestidos africanos coloridos, enquanto Tawakkol Karman usou um 'hijab' colorido - as vencedoras aceitaram o Nobel sob os ulos em pé da assistência, que incluiu a família real da Noruega.

As laureadas sublinharam o papel das mulheres na resolução de conflitos. Ellen Johnson Sirleaf, de 73 anos, foi a primeira mulher eleita democraticamente chefe de Estado de um país africano, a Libéria, que sofreu 14 anos de guerras civis que fizeram 250.000 mortos.

"O facto de que duas mulheres liberianas estejam aqui hoje para partilhar o pódio com uma irmã vinda do Iémen mostra o caráter universal do nosso combate", sublinhou Sirleaf no seu discurso.

Dirigindo-se às mulheres do mundo inteiro, Sirleaf desafiou-as a fazerem-se ouvir: "Falai! Levantai a voz! Que a vossa voz seja a da liberdade!", exortou.

Leymah Gbowee, de 39 anos, é uma assistente social liberiana que se tornou uma "guerreira da paz", organizando o movimento pacífico de mulheres que, com a ajuda de uma original "greve de sexo", contribuíram para por fim à segunda guerra civil na Libéria, em 2003.

A jornalista iemenita Tawakkol Karman, de 32 anos, é a primeira mulher árabe a receber o prémio Nobel da Paz.

Foi distinguida por ter sido uma das figuras de proa da "primavera árabe" no seu país, um movimento que levou ao período de transição para que o presidente Ali Abdullah Saleh abandone em fevereiro próximo o poder que ocupa há 33 anos.

Tawakkol Karman lamentou a relativa indiferença do resto do mundo em relação à revolução iemenita.

"O mundo democrático, que nos falou muito dos valores da democracia e da boa governança, não deve ficar indiferente ao que está a acontecer no Iémen e na Síria", apelou.

O Prémio Nobel é constituído por uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de 10 milhões de coroas suecas (cerca de um milhão de euros) repartidas em três partes iguais pelas vencedoras.

O Prémio Nobel da Literatura, da Química, da Física, da Medicina e da Economia serão entregues hoje em Estocolmo.»


"Nobel da Paz vai para... três mulheres", Expresso [em linha], 10-12-2011, In

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Atividades Equal nas Escolas da RAM


Com o objetivo de assinalar o Dia Internacional dos Direitos Humanos e promover a discussão sobre as desigualdades sociais, políticas, culturais e económicas do nosso mundo, o projeto Des.igual.mente (nome que recebe o projeto Equal na Escola Secundária Jaime Moniz) promove, entre os dias 12 e 15 de dezembro, na sala 215 daquela Escola, a I.ª Mostra de Cinema Des.Igual.
Ao longo dos quatro dias, serão exibidos oito filmes, distribuídos por duas sessões diárias: uma de manhã, com início às 09h45, outra à tarde, com início às 15h00.

Quatro dias, oito filmes
  • Dia 12/12, segunda feira (manhã): «Água» (Índia, 2005)
  • Dia 12/12, segunda feira (tarde): «Ágora» (Espanha, 2010)
  • Dia 13/12, terça feira (manhã): «Às Cinco da Tarde» (Irão, 2003)
  • Dia 13/12, terça feira (tarde): «O Fiel Jardineiro» (Reino Unido, 2005)
  • Dia 14/12, quarta feira (manhã): «Transamerica» (EUA, 2005)
  • Dia 14/12, quarta feira (tarde): «O Solista» (Reino Unido, 2009)
  • Dia 15/12, quinta feira (manhã): «O Menino de Cabul» (EUA, 2007)
  • Dia 15/12, quinta feira (tarde): «Colisão» (EUA, 2004)

Atlas de Risco de Direitos Humanos (Maplecroft)


Direitos Humanos. A empresa britânica Maplecroft, especializada em análise de riscos, publicou resultados relativos a índices de risco para 2012, após avaliação de 197 países em 23 categorias de direitos humanos, tais como segurança, liberdades civis e políticas, acesso à saúde e leis laborais. De acordo com a Maplecroft, que publica o Human Rights Risk Atlas pelo quinto ano consecutivo, 95 países estão agora em "risco extremo" ou "elevado", o que representa um crescimento de 6%, relativamente ao ano transacto. Sudão (1.º), República Democrática do Congo (2.º), Somália (3.º), Afeganistão (4.º), Birmânia (5.º), Paquistão (6.º), Coreia do Norte (7.º), Iémen (8.º), Iraque (9.º) e China (10.º) ocupam os dez primeiros lugares relativamente a "risco extremo", o que significa violações graves de direitos humanos fundamentais.

Aqui está o mapa com os resultados de índices de risco para 2012:

Legenda:
A vermelho, risco extremo,
a laranja, risco elevado,
a amarelo, médio risco,
a verde, baixo risco,
a cinzento, ausência de dados.

 
[sítios consultados a 09-12-2011]

10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos



A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 10 de dezembro de 1948.

Esta surgiu na sequência de atos de autêntica barbárie contra seres humanos, cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. Entre esses atos de crueldade genuína estavam os crimes protagonizados pelos nazis, que afetaram judeus, ciganos, homossexuais, comunistas, entre outros, mas também as ações de cariz militar dos Estados Unidos contra as cidades de Hiroshima e de Nagasaki, que resultaram na morte de milhares de pessoas inocentes.

O princípio básico da DUDH está expresso no seu primeiro artigo, “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”, e prevê a salvaguarda da dignidade, dos valores e dos direitos básicos da pessoa humana, independentemente da sua cor, raça, sexo, religião, riqueza ou nacionalidade.

Por conseguinte, a DUDH constitui-se como um guia de ação humana, um ideal comum a atingir por todos os povos e nações que a subscreveram e converte-se no compromisso destes em suprimir todas as formas de ofensa a esses direitos, como a fome, a discriminação, a violência, a falta de habitação, a falta de segurança, a tortura, a escravidão; pois não basta reconhecer e proclamar direitos, é indispensável o cumprimento efetivo dos direitos humanos básicos.

Por tudo isso, e porque todas e todos desempenham um papel relevante no exercício da cidadania, cabe-nos lutar pela aplicação dos direitos humanos, sendo mais participativos na nossa comunidade e protestando quando confirmamos que um direito está a ser violado.

Declaração Universal dos Direitos Humanos (em português) aqui.

Violência escolar e homofobia


Mais de 70% de alunos homossexuais vítimas de “bullying” nas escolas

«As Nações Unidas revelaram que mais de 70% dos alunos homossexuais dizem ser vítimas de “bullying” nas escolas. A organização, que se mostra cada vez mais preocupada com o fenómeno, preparou um conjunto de recomendações aos governos.

À frente dos esforços da ONU está a Agência para a Educação e Cultura (UNESCO), cujo director em Nova Iorque, Philippe Kridelka, afirmou nesta quinta-feira que as vítimas de assédio homofóbico apresentam maiores taxas de abandono escolar e que este é “um dos maiores factores que levam ao suicídio entre os jovens”.

“Por isso, a UNESCO acelerou recentemente os seus esforços para lidar com o assédio homofóbico nas escolas”, disse Kridelka, numa conferência nas Nações Unidas sobre o “bullying”, organizado por organizações de Direitos Humanos e alguns estados membros, como a Noruega.

Por causa da orientação sexual ou identidade de género, jovens “são frequentemente sujeitos a violência dentro de escolas e universidades”, o que “viola o direito à Educação e a um ambiente de aprendizagem são”.

Em muitos países da OCDE, a percentagem de alunos gay que dizem ser vítimas de assédio homofóbico supera os 70%, “nalguns 90%”, disse Kridelka. “As consequências podem ser desastrosas para os indivíduos e para a sociedade”, afirmou.

O evento contou com a participação de vários activistas dos direitos de jovens LGBT, como o jovem nigeriano Ife Orazulike, que tem vindo a receber ameaças de morte, e Judy Shepard, cujo filho foi espancado até à morte em 1998 num dos maiores crimes homofóbicos recentes nos Estados Unidos.

Tomando a liderança entre as agências da ONU, a UNESCO lançou há poucos meses uma pesquisa global sobre o assédio homofóbico nas escolas. Na base está o trabalho que tem sido desenvolvido no Brasil e Ásia para criar materiais escolares que ajudam professores e alunos a discutir a diversidade sexual, entre outras iniciativas recentes.

Depois de um estudo de políticas existentes em escolas e universidades em todo mundo sobre o assédio homofóbico, “medidas que funcionam, o que falta e quais as acções prioritárias que precisam de apoio”, os resultados da pesquisa estão a ser avaliados, esta semana no Rio de Janeiro, por peritos e atores políticos de todo o mundo, disse Kridelka.

“O plano é identificar as melhores condutas e recomendações práticas que podem ser partilhadas com Ministérios de Educação em todo o mundo para guiar o desenvolvimento e implementação de políticas apropriadas à idade e contextos específicos”, adiantou.

Em Junho, o Conselho de Direitos Humanos aprovou a primeira resolução da ONU específica sobre os direitos da comunidade LGBT, expressando “grave preocupação” com a violência baseada na identidade de género e pedindo ao Alto Comissariado para os Direitos Humanos para fazer um levantamento sobre o fenómeno em todas as regiões.

Este estudo estará disponível nas próximas semanas e será discutido em Março no Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra, segundo adiantou o secretário-geral adjunto da ONU para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic.

A violência e discriminação homofóbica contra jovens tem tido “atenção a menos” na ONU, referiu, mas a publicação deste documento é “um sinal de progresso nas Nações Unidas e um reflexo de maior consciencialização global sobre a seriedade e legitimidade da preocupação sobre o tratamento de indivíduos LGBT”.»

"Mais de 70% de alunos homossexuais vítimas de “bullying” nas escolas", Público [em linha], 08-12-2011 [consultado a 08-12-2011], In http://www.publico.pt/Sociedade/mais-de-70-de-alunos-homossexuais-vitimas-de-bullying-nas-escolas-1524317




Em cima: cartazes da Rede Ex-Aequo (organização coordenadora do Projecto Inclusão) que, em fevereiro passado, encontraram a oposição do Ministério da Educação, no momento em que aquela organização pretendia lançar uma campanha contra a homofobia nas escolas portuguesas.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Entrevista a Habiba Sarabi, a única governadora do Afeganistão (Euronews)

Afeganistão: “A violência contra as mulheres continua a ser um problema” (Habiba Sarabi)

 
Habiba Sarabi (nascida em 1956). É a única governadora provincial do Afeganistão,
um país com 34 províncias. Gere, desde 2005, a província de Bamyan.

«Habiba Sarabi é a única governadora no Afeganistão. Gere a província de Bamyan desde dois mil e cinco. Formada em hematologia, luta para reconstruir um dos países mais martirizados do mundo. Durante o regime talibã fugiu do país, mas trabalhava na clandestinidade para educar as pequenas afegãs. Hoje não se deixa intimidar pelas ameaças de morte.

Euronews: Habiba Sarabi é uma figura importante no Afeganistão. Como é ser mulher na política numa sociedade dominada pelos homens?
Habiba Sarabi: É muito difícil trabalhar como política, sobretudo, porque sou a primeira e única governadora. Mas de qualquer maneira, é um grande desafio e tenho de estar atenta a tudo para não cometer erros, caso contrário, tenho todos os dedos apontados contra mim.

E: Uma das suas prioridades é a educação das raparigas. Durante o regime talibã era proibido para as meninas com mais de oito anos e muito poucas eram capazes de escrever o próprio nome. Qual é a atual situação na sua província e no resto do Afeganistão?
HS: Nos dias que correm, a educação das raparigas está a melhorar. Representam trinta e oito por cento do número total de estudantes em todo o país. Mas na minha província temos quarenta e quatro por cento, um pouco acima da média do ensino nacional.

E: A difícil condição das mulheres não é só devido ao nível do ensino. Há os casamentos forçados, o uso da burca, a violência contra as mulheres, as lapidações. Há melhorias?
HS: Tudo está a melhorar, está muito melhor do que em 2001, mas a violência contra as mulheres continua a ser um problema. E isso deve-se à falta de acesso à educação, a pobreza é outra causa e há também a ausência de consciência das próprias mulheres. Estes são os principais problemas na base da violência contra as mulheres.

E: A província de Bamyan é uma das mais pobres do Afeganistão. Quase não há eletricidade, água potável, existem muito poucas estradas, a taxa de mortalidade é elevada. O que esta a fazer para tentar melhorar a situação?
HS: Bayman estava isolada. Por isso fixei as estradas como prioridade. Por isso tenho feito muito lobbying pelas estradas. Obtive algo, porque as estradas são a única coisa que nos podem conduzir facilmente à educação, aos serviços de saúde, ao desenvolvimento económico Outra prioridade é o nosso parque nacional. Bayman foi o primeiro parque nacional. Engloba os nossos lagos. Recebemos algum dinheiro para o parque.

E: Dez anos após o início da guerra, o Afeganistão é um lugar mais seguro?
HS: Para ser honesta, lugar seguro, não. Era muito melhor, não posso dizer há dez anos, mas há seis ou sete anos era muito melhor do que é hoje. Estou segura de que com o empenho da comunidade internacional, podemos conseguir alguma coisa. O processo de paz está a decorrer.

E: Pensa que o Afeganistão pode deixar partir as tropas estrangeiras dentro de três anos, como previsto? Pensa que é possível?
HS: Será feito e a política e programa podem ser implementados de acordo com os planos da comunidade internacional. Mas precisamos de mais apoio, sobretudo, para treinar a polícia e o exército, mas também para melhorar o equipamento das forças armadas e policiais, para que se possam defender. Acredito que a comunidade internacional não irá retirar-se completamente. Um certo número vai permanecer com o governo afegão, com o povo do Afeganistão, para o ajudar a melhorar as condições, até que o Afeganistão seja um país sustentável.

E: Doutora Sarabi, negociar com os talibãs é o mais correto a fazer?
HS: Os talibãs não têm uma morada fixa onde possamos discutir com eles. Discutir com quem? Por exemplo, mollah Omar está ausente, faz apenas algum barulho ou anúncios através dos “media”. Como a morada não é clara, o melhor é olhar para a causa do problema, que é o Paquistão.

E: Então é contra a negociação com os talibãs?
HS: Penso que sim.

E: Governadora Sarabi, foi nomeada pelo presidente Karzai que é acusado de ser corrupto e de só pensar no terceiro mandato. Sente que tem de distanciar-se dele?
HS: Não, nunca, porque faço parte do governo do Afeganistão. Temos de implementar mudanças. Se todos se distanciarem, quem trabalha? Talvez haja corrupção no governo do Afeganistão, mas temos de fazer correcções. Temos de evitar cometer os mesmos erros, mas o próprio presidente Karzai anunciou que não vai candidatar-se a um terceiro mandato. Vai dar a hipótese a alguém e, em termos legais, não pode concorrer a um terceiro mandato.

E: Mas será que as pessoas no interior do sistema vão querer mudá-lo?
HS: Nem todos têm a mesma posição, nem todos têm as mesmas ideias. Há pessoas que querem mudar as coisas, que querem melhorar o sistema e ajudar o povo do Afeganistão.

Euronews, Afeganistão: “A violência contra as mulheres continua a ser um problema” (Habiba Sarabi), 05-12-2011, http://pt.euronews.net/2011/12/05/afeganistao-a-violencia-contra-as-mulheres-continua-a-ser-um-problema-habiba-/ [consultado a 05-12-2011]

domingo, 4 de dezembro de 2011

5 de dezembro – Dia Internacional do Voluntariado

Desde 1985, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 5 de dezembro como o Dia Internacional do Voluntariado.

De acordo com a definição das Nações Unidas "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...".

O voluntário é um indivíduo que se distingue pela sua atitude altruísta, solidária, e de compromisso com determinadas causas sociais, doando o seu tempo, conhecimento e esforço de modo a atender às necessidades do próximo.

Nesta data procuram-se promover ações de voluntariado em todas as esferas da sociedade e por todo o mundo.




Semana Regional da Pessoa com Necessidades Especiais

Decorrerá entre os dias 02 e 09 de dezembro a Semana Regional da Pessoa com Necessidades Especiais 2011, sob o lema “Horizontes de Inclusão: Mundo novo a compartir”.

Esta iniciativa visa, essencialmente, alertar a comunidade não só para as limitações e dificuldades que estas pessoas enfrentam, como também para as suas capacidades nas mais variadas áreas, como o teatro, a música, o desporto, entre muitas outras.


Entidade dinamizadora: Direcção Regional de Educação Especial e Reabilitação.

Consultar o programa
aqui.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

3 de dezembro - Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

«Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. (...)
(Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo 1.º)

Por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência* assinala-se a 3 de dezembro, desde 1998, tendo como principal objetivo contribuir para uma maior compreensão dos assuntos relativos à deficiência e a mobilização para a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar destas pessoas.

De acordo com o estabelecido pelo Programa Mundial de Ação adotado pela Assembleia Geral da ONU em 1982, o exercício pleno dos direitos humanos e da participação na sociedade devem ser acessíveis a todos os seres humanos.

10% da população mundial é portadora de algum tipo de deficiência física, mental, intelectual ou sensorial. Este grupo de pessoas é gravemente afetado pela pobreza extrema (1 em cada 5 pobres é portador de deficiência), pelo preconceito e discriminação, por taxas de desemprego elevadas e muitas vezes, os indivíduos carecem de acesso à educação e a cuidados de saúde adequados.

Neste dia procura-se, assim, promover a consciência dos benefícios resultantes da integração das pessoas com deficiência em diversas áreas, nomeadamente social, cultural, política e económica.



Portugal foi dos primeiros países a assinar, em 2007, a Convenção da ONU Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.


 
*Pessoa com deficiência: "Incluem-se nas pessoas com deficiência, todas aquelas que têm incapacidades de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de carácter prolongado, que, em interação com barreiras diversas, podem constituir um entrave à sua plena e efetiva participação na sociedade em condições de igualdade com as demais." (Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Artigo 1.º)

O lado negro do chocolate: tráfico e escravatura de crianças nas plantações de cacau


«Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos» (Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo 4.º)

A África Ocidental concentra 70% da produção mundial de cacau. A Costa do Marfim e o Gana são os dois maiores produtores mundiais, representando 80% da produção total desta região africana. O cacau é também produzido no Gana, Nigéria, Camarões, Togo, Serra Leoa, Libéria, entre outros.

Uma boa parte dos trabalhadores das plantações de cacau da África Ocidental são crianças traficadas e escravizadas. Alguns países como o Gana têm revelado progressos no combate ao trabalho infantil nas plantações de cacau, enquanto na Costa do Marfim, em parte devido à instabilidade política e à pobreza extrema, a situação mantém-se preocupante.

Em 2001, as maiores companhias importadoras de cacau para produção de chocolate assinaram um acordo, onde se comprometiam, em conjunto, a colaborar no sentido de abolir, até ao ano de 2007, a escravatura infantil nas plantações de cacau. Na sequência deste acordo, os principais importadores assumiram o compromisso voluntário de deixar de comprar cacau em grão a plantações onde crianças fossem exploradas. Dez anos passaram e em 2011 continuam a existir crianças escravas nas plantações de cacau. Apenas algumas companhias garantem um "Chocolate Livre".



Reportagem "Chocolate amargo: Tráfico de crianças e trabalho infantil nas plantações de cacau na Costa do Marfim", Programa Histórias do Mundo, Sic Notícias, 28 de abril de 2010. A reportagem tem mais de um ano, mas, infelizmente, a realidade que apresenta mantém-se atual.

Contra o trabalho escravo nas plantações de cacau,

Assina a petição e partilha esta campanha!

Aqui:

Novos escravos - Chocolate livre




«A criança deve ser protegida contra todas as formas de abandono, crueldade e exploração, e não deverá ser objecto de qualquer tipo de tráfico. A criança não deverá ser admitida ao emprego antes de uma idade mínima adequada, e em caso algum será permitido que se dedique a uma ocupação ou emprego que possa prejudicar a sua saúde e impedir o seu desenvolvimento físico, mental e moral.» (Declaração dos Direitos da Criança, Princípio 9.º)


IX Feira das Vontades

A Feira das Vontades, com o tema “Ser Solidário, Ser Voluntário” congrega cerca de 50 organizações de cariz social, que na Madeira desenvolvem a sua ação e que nesta 9º edição contribuem também para a animação do recinto da Feira durante o período de funcionamento da mesma.

Visite a IX Feira das Vontades, de 02 a 05 de dezembro de 2011, no Jardim Municipal do Funchal.

Entidade organizadora: Casa do Voluntário

2 de dezembro – Dia Internacional para a Abolição da Escravatura

A 2 de Dezembro de 1949 foi proclamado o Dia Internacional para a Abolição da Escravatura pela Assembleia Geral da ONU, na Convenção das Nações Unidas para a Supressão do Tráfico de Pessoas e da Exploração da Prostituição de Outrem.

Apesar de séculos de luta, a escravatura ainda não foi completamente erradicada. Muitas formas de escravatura subsistem ainda nos nossos dias, como o trabalho forçado, o trabalho infantil, a exploração para fins rituais ou religiosos, tráfico de seres humanos, entre outras igualmente desprezíveis.

Este dia serve para relembrar a abolição da escravatura e para sensibilizar para o combate contra toda e qualquer forma de escravatura e/ou de exploração humana.

 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Família afegã atacada com ácido por recusar dar a filha em casamento

Família atacada está a receber tratamento no hospital de Kunduz.
(AFP)
«Uma família afegã foi atacada por um grupo armado que deitou ácido sobre os pais e três filhas, alegadamente por se ter recusado a dar uma das filhas em casamento.

O ataque ocorreu na cidade de Kunduz, o pai e a filha mais velha ficaram em estado crítico, segundo médicos do hospital local. O grupo de atacantes invadiu a casa da família e despejou ácido no rosto de todos os seus membros.

A filha mais velha, Mumtaz, de 18 anos, tinha sido perseguida por um homem que a família considerava conflituoso e irresponsável. Apesar de pressionada para casar, Mumtaz recusou e acabou por tornar-se noiva de um parente, com o apoio da família. Algumas semanas depois, um grupo de seis ou sete homens armados entrou em casa da família e atacou todos os seus membros.

“Primeiro bateram no pai e depois atacaram com ácido”, contou a mãe de Mumtaz, citada pela Reuters, que pediu para não ser identificada. Todos estão a receber tratamento, adiantou à agência britânica Abdul Shokor Rahimi, médico do hospital local.

“O pai e a filha mais velha estão em estado crítico, foram atacados em todo o corpo”, contou Rahimi. “A mãe e outras duas filhas de 13 e 14 anos têm ferimentos nas mãos e no rosto”.

Um responsável da polícia local, Ghulam Mohammad Farhad, prometeu perseguir os autores deste ataque “imoral e irresponsável”. E adiantou: “Começámos uma investigação, os que fizeram isto serão responsabilizados por isso”.

O ácido é muitas vezes usado como arma no Afeganistão, sobretudo contra as mulheres. Durante o regime taliban estas eram agredidas com ácido por frequentar a escola ou por alegadas “questões de honra”, como o envolvimento com rapazes sem consentimento da família ou o adultério.

Mas estes crimes não pararam com a queda dos taliban. Em Janeiro, o jornalista afegão Abdul Razaq Mamon foi atacado com ácido em Cabul e ficou com queimaduras nas mãos e no rosto.»

"Família afegã atacada com ácido por recusar dar a filha em casamento", Público, 30-11-2011, in http://www.publico.pt/Mundo/familia-afega-atacada-com-acido-por-recusar-dar-a-filha-em-casamento-1523336 [consultado a 1 de dezembro de 2011]

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Concurso de fotografia - Portugal: Múltiplas Vivências de Fé

O Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, através da Comissão pela Igualdade e Contra a Discriminação Racial lançou um Concurso de Fotografia, no passado dia 16 de Novembro, Dia Internacional da Tolerância. 


Sob o tema Portugal: Múltiplas Vivências de Fé, o concurso tem por objetivos o combate à discriminação das práticas religiosas e promover a coexistência pacífica e dialogante. 
As fotografias a concurso devem documentar qualquer prática de fé, símbolo, estrutura ou artefacto que ilustre como os/as portugueses/as ou residentes em Portugal expressão as suas crenças religiosas. O prazo limite para entrega de candidaturas é o de 10 de Janeiro. A atribuição dos prémios acontecerá a 23 de Janeiro, cerimónia integrada no seminário subordinado ao tema O Diálogo Interreligioso no combate à discriminação.

Mais informações (regulamento e ficha de candidatura) aqui.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Há um telefone que pode ajudar a salvar a vida de muitas mulheres

A Associação das Mulheres Contra a Violência (AMCV) lançou, no passado dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra Mulheres, uma campanha para divulgação de linha telefónica para denunciar casos de violência doméstica.

Desenvolvida pela Strat em regime de pro bono a favor da Associação de Mulheres Contra a Violência, a campanha é protagonizada pelos atores Beatriz Batarda e Gonçalo Waddington.

Há um telefone que pode salvar a vida de muitas mulheres:

213 802 160



Cartazes vencedores do concurso “Create4TheUN”



Create4TheUN é uma competição europeia promovida pela Organização das Nações Unidas que, desde 2010, pretende premiar as melhores campanhas de sensibilização. Dando continuidade ao sucesso alcançado em 2010, a ONU lançou este ano o tema “Não à violência contra as mulheres”. Mais de 2.700 candidaturas de 40 países europeus foram submetidas a concurso.

O objetivo do concurso é sensibilizar as pessoas para um problema que afecta uma em cada três mulheres no mundo inteiro.

Cartazes vencedores

 Três artistas (Dinamarca, Kosovo e França) venceram o concurso europeu.



O cartaz «Violence is not always visible» (em cima), da dinamarquesa Trine Sejthen, foi o vencedor do Prémio do Júri. A vencedora recebeu o prémio de 5.000 euros das mãos da rainha Sofia, em Madrid, no dia 24 de novembro.



«Words» (em cima, à esquerda), da francesa Raphaelle Moreau, foi o cartaz selecionado para o Prémio Juventude deste ano . Este prémio é reservado para concorrentes com menos de 25 anos. O cartaz «Treat me like a woman» (em cima, à direita), de Gjoke Gojani (Kosovo), foi o vencedor do Voto do Público. Mais de 120 mil pessoas votaram nos vários cartazes a concurso.


Outros cartazes finalistas


Um dos trabalhos que deu nas vistas foi a representação de Mona Lisa,
de Leonardo Da Vinci, com um olho negro, do português Luís Silva (em cima). Quatro portugueses (Leonor Rasteiro, Tiago Pinto Ferreira, João Geada e, claro, Luís Silva) ficaram entre os 30 finalistas do concurso.



Em cima, à esquerda, cartaz de Cédric Sorel (França).
À direita, cartaz de Monika Prus (Polónia).


Em cima, à esquerda, cartaz de Katarzyna Wasilewska (Polónia).
À direita, cartaz de João Geada (Portugal).


Em cima, à esquerda, cartaz de Amandine Verplaetse (Bélgica).
À direita, cartaz de Yves Karew (Grã-Bretanha)


Em cima, à esquerda, cartaz de Leonor Rasteiro (Portugal).
À direita, cartaz de Marco Ferrara (Itália).


sábado, 26 de novembro de 2011

APAV lança nova campanha de sensibilização contra a Violência Doméstica

No dia 25 de Novembro, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) assinalou o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres com o lançamento de uma nova campanha de sensibilização contra a violência doméstica.


Um dos cartazes da nova campanha de sensibilização da APAV
«Em 2010 31.679* mulheres tropeçaram e bateram em cheio na maçaneta da porta»

Mensagens da campanha:
«Em 2010 31.679* mulheres caíram e bateram com a cara no lavatório em 3 locais diferentes.»

«Em 2010 31.679* mulheres tropeçaram e bateram em cheio na maçaneta da porta.»

«Em 2010 3.701* crianças caíram das escadas várias vezes seguidas.»

«E milhares de portugueses continuam a finjir que não veem. Todos os dias mulheres são vítimas de violência doméstica. Não contribua para que esta situação continue. Quebre o silêncio.»

CIG lança campanha contra a Violência Doméstica

No âmbito do IV Plano Nacional Contra a Violência Doméstica, que começou este ano e termina em 2013, a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) lançou ontem, 25 de Novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, mais uma campanha de sensibilização para combater o flagelo da violência doméstica.


Projeto Por Um Objetivo

O projeto

O projecto Por Um Objetivo é um projecto da Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD). Reúne oito bandas portuguesas (Orelha Negra, Moonspell, Souls of Fire, Noiserv, João Só e os Abandonados, Easyway, Humble e Nu Soul Family) em prol dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), definidos pelas Nações Unidas: Erradicar a pobreza extrema e a fome, Alcançar a educação primária universal, Promover a igualdade de género e capacitar as mulheres, Reduzir a mortalidade infantil, Melhorar a saúde materna, Combater o HIV/Sida, a malária e outras doenças, Assegurar a sustentabilidade ambiental, e Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento.

Cada uma das bandas dá voz a um ODM.


Tema "Somos Voz"

No âmbito do projecto Por Um Objetivo, foi lançado o tema inédito “Somos Voz” na Gala Por Um Objectivo, que teve lugar no dia 26 de outubro na Fundação Museu Oriente.

Atividades Equal nas escolas da RAM

O projeto Des.igual.mente, da Escola Secundária Jaime Moniz assinalou o Dia Internacional pela Eliminação da Violência sobre a Mulher (25 de Novembro) com uma campanha de sensibilização da comunidades escolar, nomeadamente os/as alunos/as.


Assim, para além do habitual placard a chamar a atenção para o número de mulheres assassinadas em Portugal em 2010 - 43, um dos anos mais terríveis (dados do Observatório de Mulheres Assassinadas, da UMAR), as portas das salas de aula (quer do edifício principal, quer do anexo) deram nome a cada uma dessas vítimas.


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

2010: 43 mulheres mortas por violência doméstica, em Portugal

«E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.»
(John Donne, Meditações VII)

O Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR foi criado em 2004. Desde a data da sua criação contabilizou 250 homicídios de mulheres, o que perfaz uma média de cerca de 36 assassinatos por ano. Só em 2010, foram assassinadas 43 mulheres.

Confirmando uma tendência que vem dos anos anteriores, são os meses de Maio a Outubro que registam o maior número de homicídios, sendo que Julho foi o mês em que, em 2010, se registou o maior número com 8 mortes, seguido de Setembro e Outubro, ambos com 6 registos.


Vídeo elaborado pela Coordenação Regional do
Projeto Equal - Agir para a Igualdade nas Escolas da R. A. Madeira.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dia Internacional pela Eliminação da Violência sobre as Mulheres

A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES É UMA QUESTÃO DE
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS


Em Março de 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou o dia 25 de novembro como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência sobre as Mulheres.

(fotografia daqui)

A escolha da data foi feita em homenagem a três irmãs, Teresa, Pátria e Minerva Mirabal, conhecidas como Las Mariposas, e que foram assassinadas no dia 25 de Novembro de 1960 pela ditadura que vigorou na República Dominicana no período compreendido entre 1930 e 1961.
Desde então, este dia relembra que a igualdade de direitos está longe de ser atingida e que em todo o mundo seis em cada dez mulheres acabam por sofrer violência sexual ou física ao longo da sua vida. A corroborar estes números, regista-se que a violência contra meninas ou mulheres entre os 16 e os 44 anos, é apontada como a principal causa incapacitação ou até mesmo morte.
(dados da UN WOMEN - entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres) 


«Espero que um dia possamos olhar para o ano de 2011 como o começo de uma nova era de igualdade de Género e um mundo melhor para todos/as.»
Michelle Bachelet, Diretora Executiva da UnWomen

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

25 de novembro de 2011: mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon


 

ONU, 22/11/2011
Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, a propósito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres
25 de novembro de 2011

«O direito das mulheres e meninas a viverem livres da violência é inalienável e fundamental.»


«A violência contra mulheres e meninas assume múltiplas formas e está generalizada por todo o mundo. Inclui violação, violência doméstica, assédio no trabalho, abusos na escola, mutilação genital feminina e violência sexual em conflitos armados. É predominantemente causada por homens. Seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, a perversidade desta violência deve chocar-nos a todos. A violência – e, em muitos casos, a simples ameaça da mesma – é uma das barreiras mais significativas para a plena igualdade das mulheres.

O direito das mulheres e meninas a viverem livres da violência é inalienável e fundamental. Ele está consagrado nos direitos humanos internacionais e nas leis humanitárias. Está no centro da minha campanha UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres [UNiTE to End Violence against Women]. Desde o seu lançamento, em 2008, a campanha mobilizou governos, a sociedade civil, o setor corporativo, atletas, artistas, mulheres, homens e jovens em todo o mundo. A plataforma de mobilização social Diga Não – UNA-SE registou mais de dois milhões de atividades em todo o mundo – de manifestações a campanhas de conscialização públicas, da defesa da legalidade à ajuda às vítimas.

Muitas destas atividades receberam apoio do Fundo das Nações Unidas para Eliminar a Violência contra a Mulher. Desde o seu surgimento, há 15 anos atrás, o Fundo entregou doações equivalentes a 77 milhões de dólares para 339 iniciativas em 126 países e territórios. Nós gostaríamos que o Fundo fosse capaz de fazer ainda mais, mas a demanda por apoio continua a ultrapassar os recursos disponíveis. Só este ano, o Fundo recebeu mais de 2.500 solicitações pedindo quase 1,2 bilhão de dólares. Eu peço a todos os nossos parceiros que nos ajudem a atender a estas vastas necessidades não supridas.

O nosso desafio é assegurar que a mensagem de “tolerância zero” seja ouvida em todas as partes. Para fazer isso, precisamos de mobilizar toda a sociedade – especialmente os jovens. Em particular, os homens jovens e rapazes devem ser incentivados a tornarem-se nos defensores de que precisamos.  Precisamos de promover modelos saudáveis de masculinidade. Muitos homens jovens ainda crescem cercados por estereótipos masculinos ultrapassados. Ao falar com amigos e colegas sobre a violência contra mulheres e meninas, e ao agir para acabar com a mesma, eles podem ajudar a quebrar o comportamento enraizado há gerações.

Neste Dia Internacional, eu solicito aos governos e aos seus parceiros em todo o mundo que aproveitem a energia, as ideias e a liderança dos jovens para nos ajudar a pôr fim a esta violência pandémica. Só então nós teremos um mundo mais justo, pacífico e equitativo.»

Mensagem de Ban-Kimoon em inglês aqui