"Basta a minha voz para que o mundo tenha uma voz. Quando ele se cala, a culpa também é minha." (Simone de Beauvoir)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Concurso de fotografia - Portugal: Múltiplas Vivências de Fé

O Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, através da Comissão pela Igualdade e Contra a Discriminação Racial lançou um Concurso de Fotografia, no passado dia 16 de Novembro, Dia Internacional da Tolerância. 


Sob o tema Portugal: Múltiplas Vivências de Fé, o concurso tem por objetivos o combate à discriminação das práticas religiosas e promover a coexistência pacífica e dialogante. 
As fotografias a concurso devem documentar qualquer prática de fé, símbolo, estrutura ou artefacto que ilustre como os/as portugueses/as ou residentes em Portugal expressão as suas crenças religiosas. O prazo limite para entrega de candidaturas é o de 10 de Janeiro. A atribuição dos prémios acontecerá a 23 de Janeiro, cerimónia integrada no seminário subordinado ao tema O Diálogo Interreligioso no combate à discriminação.

Mais informações (regulamento e ficha de candidatura) aqui.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Há um telefone que pode ajudar a salvar a vida de muitas mulheres

A Associação das Mulheres Contra a Violência (AMCV) lançou, no passado dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra Mulheres, uma campanha para divulgação de linha telefónica para denunciar casos de violência doméstica.

Desenvolvida pela Strat em regime de pro bono a favor da Associação de Mulheres Contra a Violência, a campanha é protagonizada pelos atores Beatriz Batarda e Gonçalo Waddington.

Há um telefone que pode salvar a vida de muitas mulheres:

213 802 160



Cartazes vencedores do concurso “Create4TheUN”



Create4TheUN é uma competição europeia promovida pela Organização das Nações Unidas que, desde 2010, pretende premiar as melhores campanhas de sensibilização. Dando continuidade ao sucesso alcançado em 2010, a ONU lançou este ano o tema “Não à violência contra as mulheres”. Mais de 2.700 candidaturas de 40 países europeus foram submetidas a concurso.

O objetivo do concurso é sensibilizar as pessoas para um problema que afecta uma em cada três mulheres no mundo inteiro.

Cartazes vencedores

 Três artistas (Dinamarca, Kosovo e França) venceram o concurso europeu.



O cartaz «Violence is not always visible» (em cima), da dinamarquesa Trine Sejthen, foi o vencedor do Prémio do Júri. A vencedora recebeu o prémio de 5.000 euros das mãos da rainha Sofia, em Madrid, no dia 24 de novembro.



«Words» (em cima, à esquerda), da francesa Raphaelle Moreau, foi o cartaz selecionado para o Prémio Juventude deste ano . Este prémio é reservado para concorrentes com menos de 25 anos. O cartaz «Treat me like a woman» (em cima, à direita), de Gjoke Gojani (Kosovo), foi o vencedor do Voto do Público. Mais de 120 mil pessoas votaram nos vários cartazes a concurso.


Outros cartazes finalistas


Um dos trabalhos que deu nas vistas foi a representação de Mona Lisa,
de Leonardo Da Vinci, com um olho negro, do português Luís Silva (em cima). Quatro portugueses (Leonor Rasteiro, Tiago Pinto Ferreira, João Geada e, claro, Luís Silva) ficaram entre os 30 finalistas do concurso.



Em cima, à esquerda, cartaz de Cédric Sorel (França).
À direita, cartaz de Monika Prus (Polónia).


Em cima, à esquerda, cartaz de Katarzyna Wasilewska (Polónia).
À direita, cartaz de João Geada (Portugal).


Em cima, à esquerda, cartaz de Amandine Verplaetse (Bélgica).
À direita, cartaz de Yves Karew (Grã-Bretanha)


Em cima, à esquerda, cartaz de Leonor Rasteiro (Portugal).
À direita, cartaz de Marco Ferrara (Itália).


sábado, 26 de novembro de 2011

APAV lança nova campanha de sensibilização contra a Violência Doméstica

No dia 25 de Novembro, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) assinalou o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres com o lançamento de uma nova campanha de sensibilização contra a violência doméstica.


Um dos cartazes da nova campanha de sensibilização da APAV
«Em 2010 31.679* mulheres tropeçaram e bateram em cheio na maçaneta da porta»

Mensagens da campanha:
«Em 2010 31.679* mulheres caíram e bateram com a cara no lavatório em 3 locais diferentes.»

«Em 2010 31.679* mulheres tropeçaram e bateram em cheio na maçaneta da porta.»

«Em 2010 3.701* crianças caíram das escadas várias vezes seguidas.»

«E milhares de portugueses continuam a finjir que não veem. Todos os dias mulheres são vítimas de violência doméstica. Não contribua para que esta situação continue. Quebre o silêncio.»

CIG lança campanha contra a Violência Doméstica

No âmbito do IV Plano Nacional Contra a Violência Doméstica, que começou este ano e termina em 2013, a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) lançou ontem, 25 de Novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, mais uma campanha de sensibilização para combater o flagelo da violência doméstica.


Projeto Por Um Objetivo

O projeto

O projecto Por Um Objetivo é um projecto da Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD). Reúne oito bandas portuguesas (Orelha Negra, Moonspell, Souls of Fire, Noiserv, João Só e os Abandonados, Easyway, Humble e Nu Soul Family) em prol dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), definidos pelas Nações Unidas: Erradicar a pobreza extrema e a fome, Alcançar a educação primária universal, Promover a igualdade de género e capacitar as mulheres, Reduzir a mortalidade infantil, Melhorar a saúde materna, Combater o HIV/Sida, a malária e outras doenças, Assegurar a sustentabilidade ambiental, e Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento.

Cada uma das bandas dá voz a um ODM.


Tema "Somos Voz"

No âmbito do projecto Por Um Objetivo, foi lançado o tema inédito “Somos Voz” na Gala Por Um Objectivo, que teve lugar no dia 26 de outubro na Fundação Museu Oriente.

Atividades Equal nas escolas da RAM

O projeto Des.igual.mente, da Escola Secundária Jaime Moniz assinalou o Dia Internacional pela Eliminação da Violência sobre a Mulher (25 de Novembro) com uma campanha de sensibilização da comunidades escolar, nomeadamente os/as alunos/as.


Assim, para além do habitual placard a chamar a atenção para o número de mulheres assassinadas em Portugal em 2010 - 43, um dos anos mais terríveis (dados do Observatório de Mulheres Assassinadas, da UMAR), as portas das salas de aula (quer do edifício principal, quer do anexo) deram nome a cada uma dessas vítimas.


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

2010: 43 mulheres mortas por violência doméstica, em Portugal

«E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.»
(John Donne, Meditações VII)

O Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR foi criado em 2004. Desde a data da sua criação contabilizou 250 homicídios de mulheres, o que perfaz uma média de cerca de 36 assassinatos por ano. Só em 2010, foram assassinadas 43 mulheres.

Confirmando uma tendência que vem dos anos anteriores, são os meses de Maio a Outubro que registam o maior número de homicídios, sendo que Julho foi o mês em que, em 2010, se registou o maior número com 8 mortes, seguido de Setembro e Outubro, ambos com 6 registos.


Vídeo elaborado pela Coordenação Regional do
Projeto Equal - Agir para a Igualdade nas Escolas da R. A. Madeira.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dia Internacional pela Eliminação da Violência sobre as Mulheres

A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES É UMA QUESTÃO DE
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS


Em Março de 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou o dia 25 de novembro como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência sobre as Mulheres.

(fotografia daqui)

A escolha da data foi feita em homenagem a três irmãs, Teresa, Pátria e Minerva Mirabal, conhecidas como Las Mariposas, e que foram assassinadas no dia 25 de Novembro de 1960 pela ditadura que vigorou na República Dominicana no período compreendido entre 1930 e 1961.
Desde então, este dia relembra que a igualdade de direitos está longe de ser atingida e que em todo o mundo seis em cada dez mulheres acabam por sofrer violência sexual ou física ao longo da sua vida. A corroborar estes números, regista-se que a violência contra meninas ou mulheres entre os 16 e os 44 anos, é apontada como a principal causa incapacitação ou até mesmo morte.
(dados da UN WOMEN - entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres) 


«Espero que um dia possamos olhar para o ano de 2011 como o começo de uma nova era de igualdade de Género e um mundo melhor para todos/as.»
Michelle Bachelet, Diretora Executiva da UnWomen

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

25 de novembro de 2011: mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon


 

ONU, 22/11/2011
Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, a propósito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres
25 de novembro de 2011

«O direito das mulheres e meninas a viverem livres da violência é inalienável e fundamental.»


«A violência contra mulheres e meninas assume múltiplas formas e está generalizada por todo o mundo. Inclui violação, violência doméstica, assédio no trabalho, abusos na escola, mutilação genital feminina e violência sexual em conflitos armados. É predominantemente causada por homens. Seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, a perversidade desta violência deve chocar-nos a todos. A violência – e, em muitos casos, a simples ameaça da mesma – é uma das barreiras mais significativas para a plena igualdade das mulheres.

O direito das mulheres e meninas a viverem livres da violência é inalienável e fundamental. Ele está consagrado nos direitos humanos internacionais e nas leis humanitárias. Está no centro da minha campanha UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres [UNiTE to End Violence against Women]. Desde o seu lançamento, em 2008, a campanha mobilizou governos, a sociedade civil, o setor corporativo, atletas, artistas, mulheres, homens e jovens em todo o mundo. A plataforma de mobilização social Diga Não – UNA-SE registou mais de dois milhões de atividades em todo o mundo – de manifestações a campanhas de conscialização públicas, da defesa da legalidade à ajuda às vítimas.

Muitas destas atividades receberam apoio do Fundo das Nações Unidas para Eliminar a Violência contra a Mulher. Desde o seu surgimento, há 15 anos atrás, o Fundo entregou doações equivalentes a 77 milhões de dólares para 339 iniciativas em 126 países e territórios. Nós gostaríamos que o Fundo fosse capaz de fazer ainda mais, mas a demanda por apoio continua a ultrapassar os recursos disponíveis. Só este ano, o Fundo recebeu mais de 2.500 solicitações pedindo quase 1,2 bilhão de dólares. Eu peço a todos os nossos parceiros que nos ajudem a atender a estas vastas necessidades não supridas.

O nosso desafio é assegurar que a mensagem de “tolerância zero” seja ouvida em todas as partes. Para fazer isso, precisamos de mobilizar toda a sociedade – especialmente os jovens. Em particular, os homens jovens e rapazes devem ser incentivados a tornarem-se nos defensores de que precisamos.  Precisamos de promover modelos saudáveis de masculinidade. Muitos homens jovens ainda crescem cercados por estereótipos masculinos ultrapassados. Ao falar com amigos e colegas sobre a violência contra mulheres e meninas, e ao agir para acabar com a mesma, eles podem ajudar a quebrar o comportamento enraizado há gerações.

Neste Dia Internacional, eu solicito aos governos e aos seus parceiros em todo o mundo que aproveitem a energia, as ideias e a liderança dos jovens para nos ajudar a pôr fim a esta violência pandémica. Só então nós teremos um mundo mais justo, pacífico e equitativo.»

Mensagem de Ban-Kimoon em inglês aqui

Afegã violada tem de casar-se com o agressor para sair da prisão

Na semana em que se assinala o Dia Internacional pela Eliminação da Violência sobre as mulheres, uma notícia destas é o exemplo vivo de como há ainda muito por fazer:

A única forma de Gulnaz ultrapassar a desonra de ter sido violada,
ou de ter incorrido em adultério é casar-se com o seu agressor (DR)
«Uma afegã de nome Gulnaz, de 21 anos, enfrenta um terrível dilema: ou permanece na prisão com uma filha pequena, cumprindo pena por ter sido violada por um homem casado, ou contrai matrimónio com o agressor para poder sair da prisão.
Quando Gulnaz tinha 19 anos foi violada pelo marido de uma das primas. Dois anos depois, a jovem ainda se recorda dos pormenores do episódio: “Ele tinha as roupas nojentas, porque trabalha na construção. Quando a minha mãe saiu, ele veio até minha casa e fechou as portas e as janelas. Eu comecei a gritar mas ele calou-me, tapando-me a boca com as mãos”, descreveu Gulnaz à CNN.

Depois da violação não contou a ninguém o que se tinha passado – sabendo que não seria ajudada – mas depressa a verdade veio à tona: estava grávida.

Acabou por ser julgada por adultério e condenada a 12 anos de prisão. É lá que está actualmente, com a sua filha. Cumprem pena em conjunto.

Para sair da prisão, só tem uma solução: casar-se com o seu agressor. A única forma de uma mulher afegã ultrapassar a desonra de ter sido violada, ou de ter incorrido em adultério, é casar-se com o seu atacante.

E é precisamente isto que Gulnaz está disposta a fazer. “Perguntaram-me se eu estava disposta a começar uma nova vida de liberdade casando-me com este homem”, disse a jovem à CNN. “A minha resposta foi que há um homem que me desonrou e que eu quero ficar com esse homem”.

A jovem diz que na sua decisão pesa o futuro da filha. Só assim poderão permanecer juntas e em liberdade.

Mas - adianta a CNN - a escolha de Gulnaz não a livra de perigo. A família do atacante ou mesmo a sua própria família poderão querer matar a jovem por ter desonrado o nome familiar. É muito provável que, mal ponha pé fora da prisão, Gulnaz corra perigo de vida.

Casos como o de Gulnaz são comuns no Afeganistão mas este tornou-se notícia após uma disputa entre a UE e uma equipa de realizadores contratados pela própria União Europeia para levarem a cabo uma série de documentários sobre os direitos das mulheres no Afeganistão.
Os realizadores fizeram uma extensa reportagem sobre Gulnaz e sobre histórias de outras mulheres que falaram abertamente para as câmaras, sem lenços a cobrirem-lhes os rostos, sobre as suas vidas.

Depois de mostrarem as filmagens aos responsáveis da UE, estes decidiram cancelar o projecto afirmando que essas mulheres poderiam ser identificadas e sofrer represálias.

Mas os realizadores - citando um e-mail da UE cujo conteúdo foi parar aos media – afirmam que o problema está nas relações delicadas entre a UE e o Afeganistão, que é apresentado de forma muito pouco favorável (especialmente o seu sistema judicial).

Pode ler-se no e-mail, segundo a CNN: “A delegação tem de considerar as suas relações com as instituições de Justiça afegãs”.

O embaixador da UE para o Afeganistão, Vygaudas Usackas, rejeitou, porém, qualquer motivação política para a suspensão do projecto documental. “Eu estou realmente preocupado é com a situação das mulheres. Com a segurança e o bem-estar destas mulheres (...) esse é o critério de acordo com o qual eu - como representante da UE - irei julgar este caso”, disse o embaixador, citado pela CNN.»

"Afegã violada tem de casar-se com o agressor para sair da prisão", Público, 23-11-2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Assinalando o Dia Internacional para a Tolerância

Da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos da Torre chega-nos, através da Coordenação do Projeto Equal nesta Escola, uma proposta em vídeo que vale a pena partilhar.

Liberdade de pensamento, de consciência e de religião:

«Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.» (Declaração Universal de Direitos Humanos, Artigo 18.º)

A liberdade religiosa é um direito fundamental e universal que está assegurado pelas Constituições dos diversos Estados democráticos e, também, por importantes declarações e tratados internacionais de direitos humanos.

Quantos conflitos, violência, crimes ou tensões entre pessoas e entre grupos existem por falta de liberdade religiosa, de divisões entre credos, da intolerância, do fanatismo e do fundamentalismo?



Grat@s pela sugestão.

16 de novembro - Dia Internacional para a Tolerância (UNESCO)

Assinala-se hoje o Dia Internacional para a Tolerância, proclamado em 1995, por iniciativa da UNESCO (Resolução 51/1995).

1. 1. A tolerância é o respeito, a aceitação e o apreço pela riqueza e diversidade das culturas do nosso mundo, dos nossos modos de expressão e das nossas manifestações enquanto seres humanos. É fomentada pelo conhecimento, a abertura de espírito, a comunicação e a liberdade de pensamento, de consciência e de crença. A tolerância é a harmonia na diferença. (…).

1. 2. A tolerância não é concessão, condescendência, indulgência. A tolerância é, antes de tudo, uma atitude activa fundada no reconhecimento dos direitos universais da pessoa humana e das liberdades fundamentais do outro. Em nenhum caso a tolerância poderá ser invocada para justificar lesões a esses valores fundamentais. A tolerância deve ser praticada pelos indivíduos, pelos grupos e pelo Estado.

Declaração de Princípios sobre a Tolerância (excerto da)
Proclamada e assinada em Conferência Geral da UNESCO em
Paris, 16 de Novembro de 1995




segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Parlamento Europeu discute propostas para combater casamentos forçados

Foto que venceu a competição anual "UNICEF Foto do Ano", em 2007
A imagem é da fotógrafa norte-americana Stephanie Sinclair e dá conta de um casamento no Afeganistão. A noiva, Ghulam, é ainda uma criança que acabou de fazer 11 anos. O noivo,  Mohammed, tem mais de 40 anos.

Segundo um estudo da UNICEF divulgado no passado mês de outubro em Nova Iorque (aqui), mais de 100 milhões de meninas podem ser vítimas de casamentos precoces e forçados na próxima década. Atualmente, um terço das mulheres dos países em desenvolvimento, entre os 20 e os 24 anos, foi forçado a casar-se com menos de 18 anos. O estudo mostra ainda que grande parte das vítimas de casamentos forçados é proveniente das camadas mais marginalizadas e vulneráveis da sociedade.

Com o casamento precoce e forçado, não são apenas as aspirações das jovens que são destruídas. Também a sua saúde corre sérios riscos, pois o casamento conduz à maternidade, para a qual as noivas adolescentes não estão física e psicologicamente preparadas. A maioria dos casamentos precoces ocorre em países em desenvolvimento e, especialmente, na Índia (com cerca de 40 por cento), onde os maridos são, em média, dez anos mais velhos que as jovens.

O casamento precoce e forçado não é, porém, uma realidade a que a Europa esteja imune, como mostra um estudo recente sobre a realidade alemã, apresentado pela ministra da Família daquele país, Kristina Schröder, na sequência do qual o governo alemão acaba de aprovar uma lei para qualificá-lo como delito penal, punível com até cinco anos de prisão. Daí a importância da discussão que acontece neste momento no Parlamento Europeu.

Notícia e vídeo relativos à discussão no Parlamento Europeu aqui:

sexta-feira, 11 de novembro de 2011