"Basta a minha voz para que o mundo tenha uma voz. Quando ele se cala, a culpa também é minha." (Simone de Beauvoir)

segunda-feira, 12 de março de 2012

A água é um recurso vital, mas escasso

No próximo dia 22 de março assinala-se o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas. Quanto custa produzir um litro de leite? E um quilo de carne? Nunca pensaste nisso, pois não?

A água, um elo que une todos os habitantes do planeta, é um recurso vital e escasso. Segundo o "Relatório Planeta Vivo 2008", da WWF - World Wild Fund for Nature, Portugal encontra-se entre os países que apresentam a pegada hídrica mais elevada por habitante, ocupando o sexto lugar entre um total de 140 países. Isto significa que somos um dos países do mundo que mais água gasta. Abrir a torneira para tomar banho, lavar as mãos, cozinhar ou, simplesmente, para beber um copo de água é um gesto banal do nosso quotidiano, mas uma luta diária de milhões em todo o mundo, mais precisamente para 783 milhões de pessoas sem acesso a água potável.

A 28 de julho de 2011, a Organização das Nações Unidas reconheceu o direito à água e ao saneamento básico como Direito Humano, inscrevendo-o na Declaração Universal dos Direitos Humanos.


Fonte: WMI - Water Missions International
(Quénia, fevereiro de 2009)
 
 
«Produzir um quilo de leite exige 700 litros de água. Um quilo de carne de porco 4600 litros. Um quilo de carne de vaca 13 mil litros. “Se reflectirmos sobre estes números, teremos de fazer uma revisão radical da nossa dieta”, introduziu Emídio Rui Vilar, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, na passada sexta-feira, em Lisboa, no arranque do ciclo de conferências sobre o futuro da alimentação.

O problema, perante a escassez de água e tendo em conta a carne que comemos, já seria colossal, e mudar de dieta até pareceria fácil. Mas o desafio é global e as soluções continuam em discussão. Em 2050, seremos mais dois mil milhões de habitantes no planeta, 9 mil milhões. Na Europa e nos Estados Unidos o consumo de carne tem-se mantido estável, mas na China quadruplicou em 40 anos. Há mil milhões de pessoas com fome e, segundo dados da ONU, desperdiçamos 30% dos alimentos produzidos.

Se a esta altura já está a recordar o silogismo popular que diz às crianças para comerem tudo porque há pessoas a morrer de fome em África, se calhar a discussão da segurança alimentar vai fazer com que faça sentido: se os preços dos alimentos aumentarem “moderadamente”, sugeriu o convidado de honra da primeira conferência, o professor de Oxford Charles Godfray, talvez haja menos desperdícios, menos fome, além de outras consequências benéficas como aumentar a investigação nesta área e os agricultores terem mais retorno por produzirem mais e melhor.»

Marta F. Reis, “Nos países ricos a comida é muito barata. Nenhuma civilização gastava tão pouco”, excerto de, Jornal i, em linha, 12-03-2012, in http://www.ionline.pt/dinheiro/nos-paises-ricos-comida-muito-barata-nenhuma-civilizacao-gastava-tao-pouco [consultado a 12-03-2012]


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