"Basta a minha voz para que o mundo tenha uma voz. Quando ele se cala, a culpa também é minha." (Simone de Beauvoir)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Nobel da Paz entregue hoje, em Oslo, a três mulheres


Nobel da Paz vai para... três mulheres

«Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee, Tawakkol Karman foram hoje distinguidas pela "força motriz" na resolução de conflitos no mundo.


As três laureadas com o galardão
Cornelius Poppe/Reuters


Prémio Nobel da Paz foi hoje entregue em Oslo à presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, à sua compatriota Leymah Gbowee e à ienemita Tawakkol Karman, distinguindo o papel das mulheres na resolução dos conflitos.

"Vocês representam uma das forças motrizes mais importantes das mudanças no mundo de hoje: a luta pelos direitos humanos em geral e a luta das mulheres pela igualdade e pela paz, em particular", disse o presidente do Comité Nobel, Thorbjoern Jagland, antes de entregar o prémio.

É a primeira vez na história que o Prémio Nobel da Paz é atribuído a três mulheres. "Vocês dão sentido ao provérbio chinês, que diz que as mulheres sustentam metade docéu", acrescentou.

Vestidas com trajes tradicionais - ambas as liberianas com vestidos africanos coloridos, enquanto Tawakkol Karman usou um 'hijab' colorido - as vencedoras aceitaram o Nobel sob os ulos em pé da assistência, que incluiu a família real da Noruega.

As laureadas sublinharam o papel das mulheres na resolução de conflitos. Ellen Johnson Sirleaf, de 73 anos, foi a primeira mulher eleita democraticamente chefe de Estado de um país africano, a Libéria, que sofreu 14 anos de guerras civis que fizeram 250.000 mortos.

"O facto de que duas mulheres liberianas estejam aqui hoje para partilhar o pódio com uma irmã vinda do Iémen mostra o caráter universal do nosso combate", sublinhou Sirleaf no seu discurso.

Dirigindo-se às mulheres do mundo inteiro, Sirleaf desafiou-as a fazerem-se ouvir: "Falai! Levantai a voz! Que a vossa voz seja a da liberdade!", exortou.

Leymah Gbowee, de 39 anos, é uma assistente social liberiana que se tornou uma "guerreira da paz", organizando o movimento pacífico de mulheres que, com a ajuda de uma original "greve de sexo", contribuíram para por fim à segunda guerra civil na Libéria, em 2003.

A jornalista iemenita Tawakkol Karman, de 32 anos, é a primeira mulher árabe a receber o prémio Nobel da Paz.

Foi distinguida por ter sido uma das figuras de proa da "primavera árabe" no seu país, um movimento que levou ao período de transição para que o presidente Ali Abdullah Saleh abandone em fevereiro próximo o poder que ocupa há 33 anos.

Tawakkol Karman lamentou a relativa indiferença do resto do mundo em relação à revolução iemenita.

"O mundo democrático, que nos falou muito dos valores da democracia e da boa governança, não deve ficar indiferente ao que está a acontecer no Iémen e na Síria", apelou.

O Prémio Nobel é constituído por uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de 10 milhões de coroas suecas (cerca de um milhão de euros) repartidas em três partes iguais pelas vencedoras.

O Prémio Nobel da Literatura, da Química, da Física, da Medicina e da Economia serão entregues hoje em Estocolmo.»


"Nobel da Paz vai para... três mulheres", Expresso [em linha], 10-12-2011, In

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